Uma Entrevista aos irmãos...

Saudações Amantes da Irmandade,

desculpem a demora de hoje na publicação, mas aconteceu um imprevisto e foi impossível. Hoje deixo-vos esta pequena história enviada por uma querida fã, Maíra.
Boas Leituras

Havia, enfim, chegado o grande dia. Depois de muita negociação via email, consegui uma autorização do Rei para conhecer a Mansão.
Fui recepcionada por Fritz, uma educação sem limites. O mordomo me levou até a biblioteca, onde fui devidamente instalada, para aguardar o Irmão encarregado de me mostrar as dependências da Mansão às quais eu poderia ter acesso.
Apreensiva e um tanto assustada, aguardei com os olhos grudados na porta.
Então ela se abriu, e todos os meus sonhos se viram realizados na figura de um Guerreiro.
Phury acabava de entrar.
Me concentrei para não babar. Literalmente.
Suas roupas impecaveis, seu cabelo multicolorido, seu caminhar elegante, com aquele mancar suave. Ele era o ápice da perfeição.
Passei as mãos pelos cabelos, nervosa. Ele sorriu. Pude visualizar a ponta de suas presas brancas.
Ele se sentou ao meu lado, respirei fundo varias vezes, obrigando meu corpo a não tremer. Me enchi de coragem e encarei aqueles olhos amarelos, encontrando neles a exata profundidade que sempre esperei.
Quando abri a boca para perguntar o que estava fervilhando em minha cabeça, era como se ele já soubesse a pergunta e eu, a resposta. Mas a pergunta saiu, mesmo assim:
- acabou? O Mago. Ele se foi?
Percebi aquele torax largo se expandir uma vez antes de me responder.
- não. Se um dia, por um único momento, eu acreditar que o venci, serei derrotado. Minha luta é eterna.
Não abaixamos o olhar. Nos encarávamos a milímetros um do outro. Havia uma tensão palpável entre nossos olhares.
Respirei fundo o ar exalado de suas narinas.
- esta feliz como Primaz?
A resposta foi curta e imediata.
- sim.
Sorri discretamente para ele, como quem espera mais. A tensão em seu corpo se dissipou um pouco, antes da explicação.
- eu me encontrei nesse papel. Não digo que nasci para isso, mas que consegui adaptar o cargo a mim. Por isso, sim, estou feliz.
Sabia que meu tempo estava acabando, mas ali, ao lado de Phury não me interessava mais em conhecer coisa alguma, lugar algum. Tudo em mim estava voltado para ele. Fixei meus olhos verdes em seus cabelos e tomei coragem para uma última pergunta.
- posso toca-los?
Phury assentiu discretamente, os olhos fechados. Estiquei meu braço e entrelacei os dedos em uma mecha macia. Descendo lentamente, fazendo os fios deslizarem entre meus dedos, tocando suavemente a pele dourada de seu rosto e depois de seu pescoço, bem em cima da jugular, que pulsava um pouco mais acelerada.
Ele pousou a mão enorme sobre a minha e ficamos encarando um ao outro por longos instantes.
Fritz entrou. Precisava me retirar. Phury se levantou junto comigo, pegou minha mão e a beijou. Na palma. Roçando levemente as presas. Pude sentir seu olhar me acompanhando, enquanto cruzava lentamente a biblioteca, até a porta se fechar em minhas costas.

*Nasan

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